terça-feira, 24 de março de 2015

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

Os perigos ocultos da internet

 Utilização da internet e de jogos eletrônicos em excesso e sem supervisão são prejudiciais para as crianças

São novos tempos. Antigamente, quando os pais queriam que os filhos se comportassem, eles faziam promessas de passeios e de doces. Hoje, é muito comum oferecerem logo um celular ou tablet para que fiquem calmos durante um jantar fora, por exemplo. Para muitos especialistas, essa medida é prejudicial à criança, já que, ficando muito conectada, pode perder a habilidade de relacionar-se com os outros.

O Portal Boa Vontade (www.boavontade.com) conversou com o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Programa Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ele é pioneiro nos estudos do tema no Brasil e fala que “quanto mais precocemente os pais entregam a tecnologia para os filhos, mais eles fazem com que os filhos se exponham menos ao contato com outras crianças”.

A utilização excessiva de novas plataformas de comunicação e entretenimento, assim como é ainda com a televisão, embora atualmente em escala menor, pode resultar no isolamento social e em outros problemas, como complicações à saúde física e mental, obesidade, colesterol alto e hipertensão, sedentarismo, dificuldade para ler e fazer cálculos, e distúrbios do sono. A admiração despertada por modernas ferramentas em adultos tende a ser muito maior nas crianças. O especialista alerta que essa situação deve ser levada em consideração pelos responsáveis. “Cada vez mais, elas preferem a vida virtual, ou seja, a vida na internet é muito mais satisfatória e aprazível do que a que teriam na realidade”, destaca na matéria.

Jogos, músicas, filmes, blogs e redes sociais são as páginas mais visitadas por esse público. Os adultos, na tentativa de distrair a garotada, até utilizam esses recursos como uma espécie de babá, um grande equívoco na visão do psicólogo. “Os pais preferem que eles estejam conectados a estar nas ruas”, afirma. Os pais pensam que dessa maneira os filhos estão mais seguros. O entrevistado contesta: “Mentira. Ao contrário, ele [filho] está muito mais exposto”.

Para enriquecer ainda mais a análise, o Portal Boa Vontade também conversou com o psicólogo e diretor de prevenção da Safernet no Brasil, Rodrigo Nejm. Ele apontou que a exposição excessiva dos filhos na web é algo que os pais devem estar atentos, pois muitos dos jovens acabam divulgando selfies (autorretratos) que podem ter conotação sexual: “Se o próprio adolescente divulga na rede esse tipo de imagem, certamente isso atrairá a atenção de pessoas que não são amigas dele. Um criminoso sexual ou um agressor sexual que está em busca de vítimas e de alguém mais vulnerável se aproximará desse adolescente”.

Uma recente pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) constata isso. Segundo Maud de Boer-Buquicchio, relatora especial do organismo sobre a venda de crianças, prostituição infantil e pornografia infantil, “as novas tecnologias estão facilitando a prática de crimes de exploração sexual e novas formas de comportamento explorador”.

A medida a ser tomada pelos pais deve ser é a “supervisão”. O dr. Cristiano chama à seguinte reflexão: “Da mesma maneira que o meu filho não vai dormir na casa de alguém sem que eu saiba quem é essa pessoa, quem são os paisele não deveria estar se conectando no mundo de uma maneira irrestrita”.

A reportagem completa, com outras importantes informações, está disponível na página:www.boavontade.com/saude/os-perigos-ocultos-da-internet.

Mais água, menos guerra
Paiva Netto
                                                       
Embora já tenha trazido, há alguns anos, em meus livros, artigos e palestras, exemplos citados pela mídia acerca da tragédia da guerra pela água — lutas sangrentas que se arrastam pelo globo terrestre por séculos —, é válido reproduzir o que disse o professor de Economia Jeffrey Sachs ao jornal The Guardian, em 26 de abril de 2009, e que publiquei em minha mais recente obra, Jesus, a Dor e a Origem de Sua Autoridade.
 No texto, intitulado “Stemming the water wars” (Guerras hídricas), o diretor do Instituto Terra, da Universidade de Columbia, relata: “Muitos conflitos são provocados ou inflamados por escassez de água. Conflitos — do Chade a Darfur, ao Sudão, ao deserto Ogaden, na Etiópia, à Somália e seus piratas, bem como no Iêmen, Iraque, Paquistão e Afeganistão — acontecem em um grande arco de terras áridas onde a escassez de água está provocando colapso de colheitas, morte de rebanhos, extrema pobreza e desespero”.
O conselheiro especial do secretário-geral da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio faz grave advertência ao narrar que governos perdem legitimidade perante as populações ao não ser capazes de atender às necessidades mais básicas de sua gente. Ele conta que políticos, diplomatas e generais tratam dessas crises como se fossem problemas comuns no campo administrativo ou militar. No entanto, as medidas de arregimentar exércitos, organizar facções políticas, combater líderes guerreiros locais ou enfrentar extremismos religiosos não atingem o resultado de suprir as comunidades com água, alimento e meios de subsistência — que são demandas urgentes —, pois o desafio estrutural não é resolvido. O economista norte-americano ainda avisa: “(...) Os problemas da água não evaporarão por si mesmos. Pelo contrário, se agravarão, a menos que nós, como comunidade mundial, implementemos uma reação. Uma série de estudos recentes mostra quão frágil é o equilíbrio hídrico para muitas regiões pobres e instáveis do mundo”.
Eis o sério alerta do professor Sachs. É mais que inadiável o empenho conjunto em torno da resolução de problemas como esse, conforme observamos ocorrer no Estado de São Paulo, Brasil. A água é um bem básico, sem o qual não pode existir vida. A sua justa distribuição precisa estar acima de interesses político-religiosos, econômicos e militares. Só uma mobilização internacional pode pôr fim ao drama vivido pelos nossos Irmãos em humanidade e, daqui a pouco, por nós próprios.
Convém contritamente pedirmos o auxílio de Deus, do Cristo e do Espírito Santo na tomada de decisões a fim de que, com maior eficácia, encaminhemos providências corretas, de modo que alcancemos bom desfecho para tão grave problema, que assola multidões. Com muito acerto, o saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, Alziro Zarur (1914-1979), ensinou que “o segredo do governo dos povos é unir a Humanidade da Terra à Humanidade do Céu [Espiritual Elevado].
Isto é, precisamos ouvir os componentes do Mundo (ainda) Invisível, por meio da prece, da invocação direta, da meditação ou da intuição.


José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

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