REDESCOBRINDO ESTRELA DO SUL
Estrada de pedras foi construída
receber imperador Dom Pedro II
Um trecho de uma estrada feita por escravos, calçada de grandes pedras, provavelmente construída na década de 1870, para receber o imperador Dom Pedro II, que passaria por ela, está chamando a atenção dos curiosos. Cavada em um lugar onde é hoje o pasto de uma fazenda, em Estrela do Sul, na entrada da cidade, o lugar poderá se transformar num importante ponto turístico se houver interesse das autoridades locais e, com isso, atrair turistas, proporcionando emprego e renda para os moradores.
O trecho, de aproximadamente cinquenta metros de comprimento, ainda se encontra intacto, com boa parte dele coberta pelo mato e por terra. Até então, os moradores que passavam por ele imaginavam se tratar de uma simples estradinha, que teria sido construída pelos escravos naquela época. No entanto, os irmãos Pedro Divino Rosa (Pedro Popó), jornalista, e Mário Lúcio Rosa, professor, se interessaram em estudá-lo e apuraram se tratar de uma estrada feita naquele tempo, que serviria de passagem para o imperador, que visitaria a cidade.
Naquela ocasião, durante a corrida aos diamantes, Estrela do Sul, a antiga Bagagem, era o principal centro de comércio da região, além de ter entre seus moradores a lendária Dona Beija. “Isso pode ter levado o imperador a se interessar em conhecer a cidade e a sua vinda só não se concretizou porque, depois de passar pela Província de São Paulo, quando chegou à divisa com Minas Gerais, a comitiva deparou com uma enchente do Rio Grande e teve que retornar”, comentou o jornalista.
Casarão decorado
A visita de Dom Pedro II à antiga Bagagem causou um grande alvoroço na cidade e até um imponente casarão, situado nas proximidades da estrada, teve que ser remodelado e decorado às pressas para receber o imperador, que pernoitaria no imóvel. De acordo com os irmãos, o imóvel pertencia a uma família importante, ficava na Rua dos Botelhos (ex-Rua Santa Rita e atual Rua Raul Belém) e existiu até a década de 1960, época em que era chamado de Casarão do Chico Dâmaso, perto do antigo Casarão da Odete.
Segundo o professor Mário Lúcio Rosa, na casa que ficou depois chamada de Casarão da Odete residia o famoso missionário americano John Boyle, o precursor da Igreja Presbiteriana no Triângulo Mineiro e em parte da Província de São Paulo. “O missionário mantinha no imóvel a sua casa e a sua tipografia, onde imprimia o seu jornal ‘O Evangelista’”, disse Mário.
Outra versão para a visita não concretizada de Dom Pedro II também foi levantada pelos irmãos pesquisadores. Naquela época, a antiga Bagagem sediava uma das mais antigas lojas maçônicas do Brasil, a segunda erguida em Minas Gerais, que era a Loja Maçônica União Humanitária Central 228. Sugeriu-se que Dom Pedro II viria para uma reunião maçônica com lideres do Sertão da Farinha Podre, mas esta parte não foi confirmada, porque, embora seu pai, Pedro I, fosse maçom, o imperador não seguia essa linha.
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*Produzido pela BNP Escritório de Notícias – Av. Floriano Peixoto, 1112/Sala 3 - Centro
Jornalista: Pedro Divino Rosa (Popó) – Reg. Prof. 04898 –
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