Barraca da Prefeitura atende romeiros até esta quinta-feira

           

Barraca da Prefeitura atende romeiros até esta quinta-feira

A dois dias da festa de Nossa Senhora da Abadia, a BR-365 ainda registra a presença de muitos fiéis, especialmente de Uberlândia, em peregrinação até a cidade de Romaria.

Os perigos de caminhar à beira da rodovia e o cansaço em função da longa caminhada encontram conforto na barraca de apoio montada pela Prefeitura de Uberlândia. Lá, os romeiros têm a oportunidade de descansar, se alimentar e receber assistência de enfermeiros da Secretaria de Saúde, que com massagens nos pés aliviam as dores e o cansaço. Cerca de 20 voluntários trabalham diariamente no preparo e distribuição dos alimentos.

A barraca atenderá aos romeiros até a meia-noite desta quinta-feira (14). Segundo Walter José Balieiro Regatieri, superintendente de Operações e Manutenções da PMU, responsável pela a coordenação da barraca, um balanço de todo o trabalho será emitido na sexta-feira (15), mas alguns números já levantados demonstram a importância do trabalho. “No último fim de semana, o mais movimentado, cerca de 90 baldes de 50 litros de sopa eram feitos a cada 12 horas. Três caminhonetes de melancia foram descarregadas em um único dia. Além de diversos outros alimentos como frutas, pãozinho com carne, leite, suco, refrigerante e água”, conta Regatieri.

O prefeito de Uberlândia e presidente da Amvap, Gilmar Machado, que esteve pela manhã em Romaria para acompanhar os festejos, visitou a barraca no caminho, conversou com os voluntários e romeiros e ressaltou importância do trabalho desenvolvido por toda a equipe.

A acomodação, conhecida pelos romeiros como “Barraca da antena” atende os peregrinos há 37 anos, segundo informou uma das voluntárias fundadoras. Com 87 anos, Maria Rosária Martins ainda se diz disposta a trabalhar. “O que me motiva é poder ajudar ao próximo”, afirma.

Os trabalhos da barraca iniciaram no dia 2 de agosto. Além de comida e água, os romeiros encontram banheiro, telefone público, dormitório e atendimento de enfermeiros. Caso o romeiro se sinta mal, um ambulância o encaminha a uma UAI, na cidade de Uberlândia.

A fé que supera o cansaço

São muitas as histórias de fé e superação dos devotos durante o percurso de 88 km entre Uberlândia e Romaria. Maria Augusta Costa Machado, 79 anos, está em sua décima quinta caminhada a Romaria. Seus filhos, evolvidos com drogas e presos, tiveram a vida transformada por conta de um pedido que fez à Santa. “Eu venho numa boa. Enquanto eu aguentar andar, eu venho a pé. Quando não puder mais andar, eu venho dando assistência”, disse. Ela afirma também que preferiu na antevéspera porque tem muita gente na rodovia e quer participar da festa. A família da devota a acompanha a pé e outros dando assistência de carros.

Carlos Augusto Guerra, 58 anos, preferiu fazer a romaria de bicicleta. Somente neste período da festa já é a terceira vez que faz o trajeto. Ele disse que recebeu muitas graças e que a última foi um emprego. “Todos os anos eu passo aqui na barraca. Durmo aqui, como aqui, o atendimento é muito bom”, declarou.

O empresário Jorge Dias Pires, 63 anos, preferiu realizar o percurso pela primeira vez de bicicleta, depois de já ter caminhado pelo mesmo trecho outras 22 vezes. Segundo ele, não há uma promessa a se pagar, mas é um momento que ele tira durante o ano para refletir e orar. “Todo mundo aqui oferece alguma coisa para o outro, uma pessoa conversa com outro, se tem dificuldade o outro quer ajudar”, afirmou.

Caminhando desde terça-feira (12) Agatha Roxanne, 25 anos, dormiu no acampamento. Ela segue em procissão com sua mãe e irmão. O noivo segue acompanhando de carro. Segundo ela, o motivo da caminhada é pagar uma promessa e em busca de outra benção. Motivada pela fé, ela afirma que é muito cansativo e que pensou até em desistir. “Eu poderia muito bem voltar, mas eu tenho que seguir”, disse.

Rodrigo Fernandes

Governo – Superintendência de Operações e Manutenções