Reunião do PEP alinha trabalhos para o período chuvoso
A reunião do Plano de Emergência Pluviométrica (PEP), realizada na tarde desta terça-feira (4), no auditório da 9ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), deu início aos preparativos para a segurança durante o período chuvoso na região. As precipitações que tiveram início no fim de outubro devem continuar até os meses de março e abril.
O PEP, constituído pela Prefeitura de Uberlândia, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Universidade Federal de Uberlândia e demais órgãos parceiros, visa ao alinhamento entre as partes para atuar nos momentos de prevenção (antes), intervenção (durante) e assistência (depois) a situações de adversidades climáticas. “É importante relembrarmos os detalhes emergenciais e o que cada órgão deve fazer”, disse o comandante da 9ª RISP, coronel Volney Halan Marques.
Uberlândia é um município com relevo e distribuição de moradias que facilitam os trabalhos da Defesa Civil, bem como matas ciliares que evitam o assoreamento. Mesmo assim, quando se trata de eventos adversos decorrentes das forças da natureza não existem garantias sobre as consequênias das situações climáticas. Portanto, a secretária municipal Antidrogas e de Defesa Social, Flávia Carvalho, reforça a importância do trabalho em equipe. “Na hora das chuvas e emergências, a comunicação deve estar afinada, para atuarmos com resposta e reconstrução rápida”, afirmou.
Em 2013, a Defesa Civil de Uberlândia atendeu a 1.569 solicitações e em 2014, até o mês de outubro foram 661 atendimentos. Nos dois anos, não houve nenhuma vítima fatal. “As solicitações englobam também outros eventos além daqueles relacionados à chuva. E mostra que a população está mais ciente do 199 e que há uma equipe preparada para atendê-la”, observou Flávia Carvalho.
Panorama Climático
O período chuvoso na região dura de seis a sete meses, normalmente de outubro a abril. Para se ter ideia do volume de água, 90% das precipitações ocorrem nesse espaço de tempo. Em razão da forte estiagem, o décimo mês do ano registrou média de 50 milímetros de chuva, o que corresponde à metade do esperado para seus 30 dias. Já os primeiros dias de novembro tiveram precipitações que representam quase 30% do volume previsto para todo o mês, que é de 200 milímetros.
A seca extraordinária na região é parte de um fenômeno cíclico que acontece em alguns anos. Em 2014, o déficit hídrico chegou a 60%, ou seja, choveu somente 40% do esperado até hoje em todo o ano. E segundo o professor do Instituto de Geografia da UFU, Paulo Cezar Mendes, as primeiras chuvas são as que costumam causar mais problemas. “Essas precipitações lavam a cidade e, por ainda terem folhas secas, resíduos e lixos nas ruas e calçadas, os canais de drenagem ficam entupidos. As chuvas de fevereiro e março também são motivo de alerta, em função do solo estar saturado e não conseguir absorver mais água, o que concentra tudo nos canais de drenagem que se tornam insuficientes para a tarefa”, informou.
Ainda segundo o professor, Uberlândia tem uma média de três chuvas fortes entre novembro e abril. Outra informação de relevância para os trabalhos da Defesa Civil é quanto ao El Niño, que deve ocorrer ainda neste ano com tendência forte. Normalmente ele vem com chuvas acima da média para a região. O El Niño é um fenômeno que acontece nos últimos meses do ano e continua nos primeiros meses do próximo. O El Niño se destaca pelas altas temperaturas no pacífico que modifica os padrões de circulação atmosférica no planeta. O último período de El Niño foi nos anos de 2009 e 2010.
Fillipe Alves
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