quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Bíblia em braille e cartilha acessível trazem avanços na inclusão da pessoa com deficiência

Bíblia em braille e cartilha acessível trazem avanços na inclusão da pessoa com deficiência

Para marcar o mês em que se comemora o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (3 de dezembro), a Prefeitura de Uberlândia realizou, na tarde desta quarta-feira (17), a assinatura de um convênio com a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) para a doação dos 38 volumes que formam o livro completo da Bíblia Sagrada em Braille. Na mesma solenidade, foi lançada a cartilha Caminho Aberto, livro que aponta recortes sobre o atendimento ao público em todo segmento da pessoa com deficiência.
Com mais de seis bilhões de exemplares impressos em todo o mundo, a bíblia é o livro mais lido do planeta. No Brasil, a SBB lançou há 10 anos o primeiro volume no sistema Braille. E agora, Uberlândia foi uma das cidades contemplados com uma coleção completa nesse sistema.
São 38 volumes que englobam todos os livros bíblicos e estarão disponíveis a partir desta quinta-feira (18) para leitura na Biblioteca Municipal Juscelino Kubistchek. A coleção é acompanhada de um exemplar em áudio, destinada às pessoas com deficiência que não são alfabetizadas em Braille.
 “Quando falamos em cidade inclusiva devemos assegurar também acesso àqueles que querem ler. Uberlândia é uma das poucas cidades brasileiras que têm uma bíblia em braille. Essa iniciativa busca à inclusão e estimula a alfabetização em braille”, destacou o prefeito Gilmar Machado.
 O secretário regional da SBB, Marcos Adriano Lovera, salientou que todas as pessoas poussem direitos e devem ter acesso, especialmente no que se refere à leitura. “O objetivo principal é de incluir. A bíblia se lê três, quatro, cinco vezes e a cada oportunidade o texto fala diferente em nosso coração. A Biblioteca Pública de Uberlândia tem agora o texto completo, de Gênesis a Apocalipse para que todos possam ler e buscar a espiritualidade na bíblia sagrada”, considerou.

Cartilha Caminho Aberto

Dentro do projeto Muda de Afeto, idealizado pela escritora Fernanda de Oliveira, pela geógrafa Karoline Cordeiro e pelo maestro Giordano Pagotti, a cartilha é um documento que mostra a importância de respeitar as vagas exclusivas no trânsito e o tratamento adequado às pessoas com deficiência nas lojas, empresas e indústrias.
A Secretaria Municipal de Governo é parceira na distribuição da cartilha através do Procon e da Superintendência da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Urbana. “Hoje temos um exemplo de promoção das acessibilidades humana e espiritual. É importante trazer a acessibilidade universal, fazer portas nas quais todos possam passar”, afirmou a secretária municipal de Governo, Rosângela Paniago.
Intitulada de “Caminho Aberto: rota acessível do estacionamento ao coração do estabelecimento”,a cartilha busca mobilizar o público através da conscientização para promover a inclusão efetiva na sociedade. “É um material que abrange todas as deficiências. A cartilha é parte do projeto Muda de Afeto, que contempla quatro obras pensadas para abranger o coração, o adulto e a criança”, informou a escritora Fernanda de Oliveira.
A geógrafa Karolina Cordeira entende que o mundo deve ter as portas abertas e que a maior deficiência é a atitude negativa. “É necessário uma união de vontades para fomentar na pessoa a vontade de mudar. Mudar não pelo medo de pagar uma multa, mas por ver no outro infinitas possibilidades. Deve-se entender que prioridade não é privilégio e direito não é favor”, destacou.
Para o prefeito Gilmar Machado, este é um projeto que merece atenção especial e o envolvimento de toda a sociedade. “Precisamos superar nossos preconceitos e nossas barreiras. Somos uma cidade que busca a inclusão e que cada um com sua diferença possa trabalhar junto para o crescimento de todos”, avaliou.
O autônomo Roberto Carlos Pinto é integrante do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (Compod) e vice-presidente da Associação dos Deficientes Visuais de Uberlândia (Adeviudi). Segundo ele, a chegada da bíblia em braille e o lançamento da cartilha representam um grande avanço na inclusão.
“Isso traz maior valorização das pessoas com deficiência em todos os segmentos. No que se refere à bíblia em braille, nada mais justo que as pessoas com deficiência visual tenham acesso a um livro que elas possam ler e obter o conhecimento. Quanto à cartilha, por meio dela as pessoas terão um norte para fazer as coisas com acessibilidade adequada e ter a condição de saber como se comportar, conduzir e auxiliar as pessoas com deficiência”, comentou.

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