segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Trilhas da Longevidade é referência em turismo para a 3ª Idade

Trilhas da Longevidade é referência em turismo para a 3ª Idade

O programa Trilhas da Longevidade, criado pela Prefeitura de Uberlândia para promover o turismo com pessoas da terceira idade, tem gerado um número maior de demandas em relação a esse segmento. No mercado uberlandense, o comportamento dos idosos vem se direcionando a um perfil mais libertador, com oportunidades de buscar novos lugares e relações.
De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho, responsável pelo Trilhas da Longevidade, durante o ano passado, 450 idosos atendidos nas quatro unidades da Rede Crescer Conviver participaram de dez viagens do programa. As viagens são gratuitas e tiveram como destinos as cidades de Caldas Novas, Araxá, Conceição das Alagoas, Peirópolis e Sacramento. O pacote inclui estadia, alimentação, orientação com guias especializados, ingressos para visitação e transporte.
O Trilhas da Longevidade oferece aos usuários da Rede Crescer Conviver socialização e fortalecimento de vínculos. “Com atividades diversas, o programa proporciona momentos de lazer e entretenimento com enfoque na expansão de laços de amizade por meio da oferta de passeios e viagens para pontos turísticos. Nossa prioridade é a integração interpessoal”, afirmou Denise Portes, secretária municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho.
Segundo Viviane Lemes, diretora da agência vencedora da licitação para executar os serviços na primeira edição do programa, a inciativa municipal tem uma relevância muito maior em sua concepção. “É o primeiro programa público em Minas adotado para o turismo da terceira idade totalmente subsidiado. Mas é mais do que isso. O Trilhas está no mesmo patamar de alguns países que são referência nesse segmento, como Chile e Portugal”, apontou.
Viviane ainda explica que é preciso sensibilidade para elaborar roteiros e executar viagens mais adequadas a esse público. “Deve-se aproveitar a bagagem de vida do idoso e inseri-la nas atividades para fazer das viagens uma experiência mais viva e culturalmente enriquecedora”, destacou.
Em 2015, a prefeitura vai dar continuidade ao programa em razão dos bons resultados obtidos, mas as datas ainda serão definidas posteriormente, assim como os destinos. “Foi realizada uma aplicação de instrumental para medir o grau de satisfação e os resultados nos deram a plena certeza que alcançamos o objetivo. Os idosos têm atravé do programa a sensação de não haver distinção social”, observou Denise Portes, responsável pela pasta.

Motivação em números

Até 2030, a estimativa é que o Brasil tenha uma população composta por mais de 125 milhões de idosos e uma expectativa de vida de 82,2 anos para homens e 89,6 para mulheres. O público da terceira idade é considerado ativo, que alcançou establidade econômica, tem disponibilidade de tempo e disposição para vivenciar novas experiências. Aliado a esse perfil, há a vantagem de ser um coletivo que viaja em baixa temporada. O fato é importante para a rede hoteleira, visto que diminui os impactos econômicos negativos dessa sazonalidade.
A agência vencedora da última licitação busca especializar o atendimento para o público mais maduro em seus próprios negócios. O nicho de mercado ficou perceptível na medida em que as visitas de pessoas com faixa etária superior a 60 anos à página da empresa nas redes sociais aumentaram consideravelmente. “Fizemos pesquisas e temos uma avaliação dos últimos três meses. Ficamos surpresos com o número de acesso dos idosos. Isso demonstra uma mudança dos hábitos da terceira idade”, afirmou Viviane Lemes, diretora da agência.
Entre 45 e 54 anos a média geral de acesso é de 14%, quase três vezes mais que a média na rede social inteira. Na mesma proporção estão os acessos do público de 55 a 64 anos de idade que chega a 6% na página da agência, contra 2% em toda a plataforma do Facebook. Já em relação às pessoas acima de 65 anos de idade, a média alcança 3%, representando três vez mais do que o número geral da rede.
Não é à toa que a diretora vê nessa área um crescimento de público potencial. “Isso exige de nós agentes de turismo e profissionais do trade uma capacitação melhor. Há uma necessidade de serviços diferentes e adequados a essa nova realidade. Precisa de atenção especial ao cardápio, mão de obra qualificada, treinamento com serviços especializados, enfermeiros, massagistas, nutricionistas, médicos, personal trainer. É um ritmo diferente”, avaliou Viviane Lemes.
Para o Trilhas da Longevidade, a secretária municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho, Denise Portes, salienta a minuciosidade da preparação do turismo social para os idosos da rede Crescer Conviver. “Escolhemos bares e restaurantes que oferecem alimentação balanceada, com atenção para os diabéticos e hipertensos. Selecionamos ônibus com maior acessibilidade e hotéis com rampas e elevadores de acesso”, explicou.
A rede Crescer Conviver atende seis mil idosos em toda a cidade. Cerca de 60% estão aptos a participar do Trilhas da Longevidade. Para se enquadrar nos critérios, o idoso tem que ser usuário do serviço de convivência, contar com um número de identificação pessoal (CadÚnico), ter renda de até dois salários mínimos e condição física e mental devidamente comprovada por atestado médico disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde na própria unidade da rede Crescer.


Fillipe Alves

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