sábado, 23 de maio de 2015

Gregório José

O pior cargo público é o de prefeito
 
Gregório José
 
Quando adolescente fui presidente do Grêmio Esportivo do Colégio Dom Pedro I. Foi o máximo ser eleito. Até pensei, à ocasião, em tentar, quando tivesse idade um cargo eletivo. Vereador, deputado talvez. Senador. Ah! Só depois dos 35 anos de idade, recebi a informação. Mas nunca quis ou sonhei em ser candidato a prefeito. Não. Isto não. Mas teve um problema na minha vida. Pra ser candidato tenho que me filiar a um partido político. Aí entrou o problema. Não suporto a falsidade dos partidos políticos. Ad executivas nacionais interferem nos estados e, as estaduais nos municípios. Ingerem onde não conhecem e tiram quem trabalha e entrega para os “novos” amigos. Um mau-caratismo tamanho dentro das legendas partidárias. Aí sim está o erro da coisa. A fidelidade é derrubada pelas cabeças. Mas voltando ao prefeito, nunca quis ou sonhei ser. Depois fui membro de Comissão Interna de Prevenção de Acidente. Fui bem votado, o mais votado na UAI Roosevelt; depois, também na UAI Luizote. Muitos me dirão: ser prefeito é bom. É nada! É o pior dos cargos eletivos. Entendam o meu raciocínio. Ser vereador é ótimo. Bom salário, assessores à vontade, mordomias, contas em dia e sem preocupação. Faz um requerimento aqui atendendo um amigo, tira cópia com dinheiro público e envia pro solicitante. Fez sua parte. Vereador não consegue obra. Não pode dizer onde o prefeito tem que gastar. Pode indicar, mas cabe ao mandatário o Poder da decisão. Deputado estadual. Excelente. Depende do governo estadual. Pode indicar, requerer, solicitar. E se votar junto do governador ainda consegue encaixar um nome aqui, outro ali e vai acumulando poderes para o futuro. O federal é outra maravilha. Mais dinheiro no bolso, mais prestígio no País e mesmas funções. Um pedido aqui, uma indicação ali, um cargo acolá e mais, até no seu estado e nas prefeituras ele encaixa gente sua. O prefeito acha que ele ajuda sua cidade, então tenho que atender “o deputado”. O Senador então, nem se fala. É bom demais. Agora, governador é uma boa pedida. Fica longe de sua cidade. Quase ninguém fala com ele e ele determina onde vai investir, como vai, quando e por que. Os deputados acenam e acolhem os pedidos. O prediente da República é outro cargo bom a ocupar. Não faz nada, indica quem quer, interfere n o Poder Judiciário, no Legislativo, nos governos e nos municípios. O trem bão sô. Agora, prefeito... tsc. Tsc. Tsc. Horrível. Está perto do eleitor, depende dos vereadores pra aprovar um projeto simples. Chora com pires na mão na porta do governador que, se for de outro partido não o atenderá. Implora pra um deputado defender um projetinho aqui e outro ali. Troca por cargo. Primeiro dá e, depois, fica esperando sabe-se lá quando. Ah! Tem que atender o estadual, o federal, o senador, o secretário, o governador, o ministro e o presidente. E nem sempre consegue nada pra sua cidade. Ser prefeito é vocação. Um bom deputado. Em excelente representante não pode sonhar em ser prefeito. Este tem que nascer preparado. É o pior dos cargos possíveis. Não tem verba pra nada. Não pode sair fora e é a principal vidraça. Sabe o que é pior pra um prefeito? Os vizinhos sabem onde ele mora. Que horas chega. Que horas sai. O que faz. Onde faz e com quem faz. Prefeito não pode nem ter amante. Aliás, ter até que tem, mas fica mais vulnerável. Agora, governador e prefeito não: “estou em viagem”! Mentira. Tá nada. Tá numa boa. É melhor ser síndico de prédio do que prefeito. Tem que pagar a conta, entra carregado nos braços e, na maioria das vezes, sai achincalhado do poder. Leva-se anos pra recuperar. Eu não quero ser prefeito. Não! Isso não. Não quero ser alcaide, mayor, prefeito, sua excelência. É preferível voltar às origens. Tem um prefeito da região que me disse e afirma a quem o pergunta: “vai tentar a reeleição”? A resposta é rápida: “Nunca mais. Ser prefeito foi a pior escolha em minha vida. A reputação que construí na minha vida como educador, diretor escolar e advogado acabou quando fui eleito”! Então, melhor não!
 
 
Gregório José
(34) 8817-8845/3222-1311

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